Uma das razões por que gosto de correr é a possibilidade de olhar com uma curiosidade renovada para lugares que (era o que eu pensava) conheço de cor.
Realizo minhas corridas por vários pontos da cidade. Às vezes, as pernas me levam para além de seus limites. Mas o fato é que me surpreendo sempre a descobrir coisas que jamais havia percebido antes num conhecido trajeto.
Pode ser uma casa, um caminho ou qualquer marco que sempre esteve ali, mas que, com a mente distraída por qualquer razão, a gente nunca percebe.
Escrever sobre pessoas tem um pouco disso. Desde que começamos, Thiago, Isa e eu, a reunir histórias sobre a gente daqui, temos nos debruçado sobre um mesmo tema (grosso modo, como era Porto Belo no passado), mas procurando olhar com atenção para as nuances do caminho.
É claro que cada história de vida é singular. O quanto pode ser singular sendo restrita a um universo tão particular (e que, portanto, vive se entrelaçando), é questão de saber olhar.